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sexta-feira, 25 de março de 2011

Estréia do musical "Evita", em São Paulo

Por Ubiratan Brasil - O Estado de S.Paulo

Para os ricos e poderosos, aquela morena de baixa estatura não passava de uma atriz de segunda linha, dentuça e alpinista social; para os pobres e descamisados, porém, a mulher, agora loira, era uma verdadeira diva por saber tocar os sentimentos mais doloridos das pessoas. Santa ou oportunista, a trajetória de Maria Eva Duarte Perón (1919-1952) foi curta, mas fulminante: de atriz de radionovela, ela se tornou líder política e primeira-dama da Argentina, tecendo para si mesmo uma crisálida de beleza, que incubou a rainha do povo.
As desventuras de uma das mulheres mais famosas do século 20 inspiraram o musicalEvita, que estreia amanhã, no Teatro Alfa. "Trata-se de uma ópera-rock sobre o universo do poder", comenta o diretor e produtor Jorge Takla, que investiu R$ 4 milhões na montagem que reúne um elenco de 45 atores e cantores, além de uma orquestra com 20 músicos. "É um épico com toques de conto de fadas".

Excelência profissional

Antes de dizer qualquer palavra, a atriz Fernanda Montenegro, 81 anos, foi aclamada pelo público que lotou o Teatro Lauro Gomes, em São Bernardo, na noite de quarta-feira. Bastou aparecer às 21h, com meia hora de atraso, para a plateia deixar as poltronas e aplaudir calorosamente - como geralmente acontece nas salas de teatro, mas ao fim dos espetáculos.
Convidada para refletir sobre a mulher, a atriz lançou mão de alguns questionamentos. "Por que estou aqui? Por que aceito falar em momento de comemoração? É por vaidade? Talvez. Seria pretensão? Pode ser. Há pessoas na plateia que têm uma vida mais interessante que a minha", disse.
Nessa noite, o intuito de Fernanda era desconstruir a fantasia que existe em torno de seu ofício. Queria ser vista mesmo como um ser humano que veio conversar. "Usamos o corpo e a alma para sermos muito. Isso é uma anomalia. A minha profissão não é prioritária". Segundo ela, a disciplina do ator deve ser igual à militar. "Se não levarmos o nosso ofício com respeito, ninguém vai sentir falta de nós. Se não houver padeiro, costureira, professor, enfermeiro, vão fazer falta".
Há 60 anos, vive no palco. Lembrando por onde já passou e do que sobreviveu, chega à conclusão de que hoje se joga para o que der e vier, feito uma sinhá velha. "Tenho de teatro o que tenho de televisão. São 120 anos, além de cinema, rádio e publicidade. Devo ter 150 anos de trabalho. Digo isso não por demagogia. Ser artista não é profissão. É ter excelência no trabalho, seja a profissão qual for".

As informações são de Sara Saar, do Diário do Grande ABC.
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Direção/Produção
Leandro Andrade

leandrolfandrade@yahoo.com.br
http://twitter.com/LeandroAndrade2