sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Astros do dinheiro público


Em recente entrevista ao jornal "O TEMPO", uma declaração surpreendente de Raimundo Fagner me chamou a atenção: "Esse pessoal aí só vive de lei de incentivo". Fagner estava se referindo aos consagrados artistas da indústria fonográfica que utilizam a lei de incentivo à cultura para o financiamento de Shows. Para ser mais preciso, a crítica foi direta ao bahiano Caetano Veloso, que está lançando seu novo álbum "Zii e Zie". De fato a crítica é extremamente pertinente, pois Caetano é um típico artista de público restrito, de casa cheia e ingressos à valores astronômicos. E, como não podia deixar de ser, Gilberto Gil não fica atrás. Sua esposa e também produtora, Flora Gil, comentou as críticas recebidas de forma indireta confirmando que "se pode desfrutar da lei, por que não usá-la?" Curiosamente, a verba ficou mais acessível ao seleto grupo após a chegada do cantor que virou ministro. E essa é uma triste realidade aos artistas novatos que lutam para ter um patrocínio e muitas vezes se aventuram em produções independentes, sem garantias de retorno financeiro. O espaço para divulgação de novos talentos torna-se ínfimo, pois na visão do Ministério da Cultura e das Secretarias Estaduais é preferível garantir o benefício para quem já está consolidado no mercado. Ora, mas não é incentivo? Se essa "mamata" é direcionada aos grandes, como é fiscalizada a captação desses recursos, se é que são fiscalizadas? A burocracia para aquisição do benefício é grande e leva-se tempo para ter o projeto aprovado. E pelo visto, a trupe da tropicália que brincava de fazer arte, ainda não amadureceu.


Caetano, Gilberto e Flora Gil,
os maiorais da verba cultural.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Marina, a presidenciável

Especula-se que Marina Silva será sangue novo no cenário político de 2010 e, ao que tudo indica, poderá inaugurar uma alternativa até então distante para os militantes do pequeno Partido Verde. Recém saída do partido dos trabalhadores, a Senadora e ex Ministra do Meio mbiente leva consigo a experiência partidária popular, adquirida durante os anos de militância petista. Neste sentido, como candidata a presidente, ela poderá ter trânsito livre entre os intelectuais e os principais formadores de opinião do país, cuja bandeira de defesa do meio ambiente é um tema bastante discutido entre esses grupos.
Dos possíveis candidatos a presidente, trata-se de uma personalidade que, assim como o presidente Lula, tem um forte apelo popular pela sua fala e pelo seu jeito simples de ser. Mas, diferentemente do sindicalista, que utiliza o bom humor e muitas metáforas futebolísticas, Marina adota um tom mais sério em seus discursos, com postura firme. É mulher de poucas palavras, utiliza argumentos sucintos em suas colocações. Possui uma biografia que pode diferenciá-la de muitos políticos presidenciáveis: acompanhou de perto a luta de ambientalistas pela preservação da amazônia, onde teve como fiel companheiro o seringueiro Chico Mendes.
Na sua gestão no Ministério adotou posturas ríspidas com os governadores do Mato Grosso, Blairo Maggi, e de Rondônia, Ivo Cassol, tendo revisto medidas de combate ao desmatamento. Esse e o Plano Amazônia Sustentável (PAS) foram um dos motivos que a motivaram a abandonar a pasta e retomar seu mandato como senadora do Acre.
Se confirmada a sua candidatura a Presidente pelo Partido Verde, seu programa de governo poderá ser afetado pelo pouco tempo disponível nos programas de rádio e tv, mas analistas afirmam que isso poderá gerar um certo "poder paralelo" com Dilma Rousseff.
Em recentes declarações, Marina Silva confirmou para este domingo, dia 30/08, a sua filiação.
Agora é esperar pra ver.

sábado, 22 de agosto de 2009

BARRACO NO HORÁRIO NOBRE

A história nos conta que a televisão no Brasil começou improvisada, desajeitada e amadora. Seu primeiro dono, Assis Chateaubriand, não se deu por vencido ao ser informado por técnicos norte-americanos de que nosso país não tinha condições geográficas para a instalação de equipamentos e antenas de TV. Assis foi prático, teimoso e objetivo. Levou a trupe artística do rádio, velha conhecida do público ouvinte, para os estúdios da Tupi, em 1950. Os equipamentos, apesar de precários, levaram ao ar as primeiras transmissões, inaugurando uma forma de entretenimento que até hoje toma conta de boa parte do tempo das pessoas.

Com o passar dos anos, a TV Tupi perdeu o pioneirismo soberano para as concorrentes que começaram a surgir, como a Excelsior, Globo, Manchete, SBT, Record e outras, mas abriu espaço para uma forma de comunicação extremamente poderosa, mesmo com a internet nos dias atuais. Opinativa a TV, dizem os estudiosos, influencia nas decisões dos cidadãos. Atraente, revela imagens incríveis de um mundo aparentemente real. Intimista, sua fala é direta e pessoal.
O tempo passou e a busca pela audiência continua cada vez mais forte e
o embate que grandes rivais como Globo e Record vêm enfrentando já não é novidade e é cada vez mais pautada por acusações. Nem mesmo a religiosidade dos protestantes escapou ilesa do enfrentamento entre as empresas de comunicação.
Na teoria, esperasse que o telespectador venha a tirar proveito dessa "guerra fria" oferecida entre empresas concorrentes, recebendo programação de qualidade e não enfrentamentos e acusações que utilizam os principais telejornais da noite como palco de guerras particulares. Afinal, tudo que é demais cansa, se torna massante.

A tv paga, como sempre, é uma alternativa pra quem não tem paciencia de assistir o disse me disse dos Marinhos e do Bispo Macedo. Já outras emissoras abertas estão "comendo pelas beiradas". Vale ressaltar o jornalismo de qualidade e competente que a BAND vêm exercendo com uma equipe de excelentes profissionais, comandada por Fernando Mitre e que tem nomes como Joelmir Beting, Bóris Casoy, Ricardo Boechat, Antonio Teles e outros. O SBT com a competência de Carlos Nascimento, mostra que tem capacidade de comandar um jornalismo com isenção e muita qualidade.
Tudo bem que nem tudo que é mostrado dá pra "engolir" com muita facilidade, até porque muita coisa em termos de conteúdo televisivo precisa ser revisto e melhorado. Mas felizmente a democracia existe para que aja alternativas. O controle remoto existe para viabilizar essa democratização. Apesar da tecnologia digital, que leva aos nossos lares uma imagem excepcional, a televisão brasileira ainda possui as 3 características que julgo serem as principais da extinta TV TUPI: meio improvisada, às vezes desajeitada e em alguns casos muito amadora.
Edir Macedo, Bispo da IURD e
Roberto Irineu Marinho, Presidente da TV Globo Ltda.
Análise dos principais acontecimentos da mídia brasileira e mundial!

Direção/Produção
Leandro Andrade

leandrolfandrade@yahoo.com.br
http://twitter.com/LeandroAndrade2